domingo, 30 de agosto de 2009

A relação do homem com o poder remonta à fundação da cidade-Estado

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Autor de “Calendário do Poder”

Uma das características do poder é imantar em muitos que o ocupam a pretensão de nele se perpetuar. Nada mais trágico para tais pessoas do que sua perda: ficam com baixa autoestima, sentem-se abandonadas, lamentam a perda de privilégios e mordomias.

Daí o empenho de tantos para se perpetuarem no poder. Ao se defender no Senado, Sarney gabou-se de estar nele há 55 anos!

A questão do poder desponta com o surgimento da cidade-Estado, no início do IV milênio a.C. É quando o ser humano se desprende do ciclo da natureza.

Já não funda sua identidade nos vínculos comunitários da sociedade agrária. Sua consciência se personaliza, ele se torna senhor do próprio destino, livre das mutações ecológicas que antes criavam nele a sensação de fatalidade.

A fundação da cidade-Estado, ao inverter a relação que o ser humano tinha com a natureza, o faz perceber que não é mais ele que deve se adaptar às condições dela, mas é ela que deve se submeter às suas vontades.

Antes, deuses atuavam movidos por forças obscuras que escapavam do controle humano. Agora, são vistos como fundamento e reflexo da hierarquia que caracteriza a cidade-Estado. O rei é mediador entre as ordens celestial e terrena. Interfere, não apenas na natureza, mas também na história.

Embora seja revestido de sacralidade, as leis que promulga são obra humana, suscetível de limitações e erros. E a morte passa a ser encarada pela ótica da tragédia.

O poder pode tudo, exceto evitar que poderosos sejam “derrubados de seus tronos e, pela morte, despedidos com as mãos vazias”, como canta Maria no Magnificat.

São Lucas Capítulo 1  vessículos de 46 a 56

"Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus meu salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva.

Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo Poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração.

Ele realizará proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.

Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, - conforme prometera aos nossos pais  - em favor de Abraão e de sua descendência para sempre."

"É necessário usar ciência e a arte de formar cidadãos conscientes, saudáveis e equilibrados nos seus atos pessoais e sociais".

Existem pessoas que buscam o poder coercitivo, que é um mecanismo doentio, sob o ponto de vista psicológico".

A ânsia de poder neste caso não se origina da força, mas da fraqueza. Ela é expressão da incapacidade do eu individual para ficar sozinho e viver. É um esforço desesperado para conseguir força simulada quando se tem falta de força autêntica. O oposto do poder neurótico e manipulador não é a ausência de poder e de liderança, mas o poder solidário, a estrutura que se organiza para facilitar a ajuda mútua..."

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