domingo, 30 de agosto de 2009

Negociante de esquerda

“Não queremos acordo com a direita reacionária de São Paulo”.

José Dirceu, guerrilheiro comunista aposentado e facilitador de negócios capitalistas em plena atividade, insinuando que quer ver Paulo Maluf fora da base alugada.

Perfeito o comentário do Ricardo das 17:37.
O duro é pensar que ainda tem idiotas que acham que Pedro caroço merece credibilidade. O nosso guia- assassino de plurais- é um deles.

  1. Como não existe direita reacionária no Brasil, Pedro Caroço está dizendo que fará acordos com qualquer um, inclusive com marcianos, lunáticos, e aloprados.

  2. Nada mais direita reacionária do que um lobista de quinta categoria com discurso “proletário”.

  3. Carlos Renato Fortes Vendramini:Pedro Caroço continua terrível. Falando grosso como antes de ser cassado da camarazinha federal. Ficou afastado dos holofotes e, agora que o “nosso orelhada” o incumbiu de uma missão, volta com a corda toda. Mas é só o tipo do cachorro que ladra porém não morde. O pessoal do bar da esquina em Cruzeido do Oeste está com saudades.

  4. Walter disse: Zé Dirceu perde os empregos de ministro, deputado, mas não a grana que abastece seus cofres. Interessante saber de onde vem os proventos de Zé Dirceu que viaja pelo mundo, muitas vezes em jatinhos particulares.
    Será que algum dia Zé dirá? Será que vai terminar de escrever o livro que prometeu? Será que continuará brigando “na pranície e no pranarto”?

A escolha do advogado pode ser mais reveladora que qualquer confissão

Entre uma citação em italiano de feira e outra em alemão de novela, o advogado José Roberto Batochio engatou a voz em segunda marcha para subir lentamente o aclive, estacionar na altitude exata e, caprichando na imitação de um pote até aqui de cólera, soltar a frase que haveria de deixar pálidas de espanto as nove togas presentes. “Este caso é uma versão falsificada de Davi e Golias”, comunicou ao Supremo Tribunal Federal o criminalista de 65 anos que presidiu a OAB paulista, foi deputado federal pelo PDT e se acha capaz de absolver até um serial killer preso ainda empoleirado na pilha de cadáveres. Em vez de uivos de admiração, o orador pernóstico ouviu o grito do silêncio.

Açulada pela imprensa, prosseguiu,  a opinião pública sempre escolhe o lado mais fraco quando confrontada com o que lhe parece “uma disputa do poderoso contra o humilde, o singelo, o quase indigente”. O problema é que as aparências enganam. O ex-ministro Antonio Palocci, por exemplo, não tem nada a ver com um Golias, embora pareça. O caseiro desempregado Francenildo Costa parece um Davi, mas não é. Como os brasileiros desinformados pela imprensa insistem em achar que são, melhor esquecê-los. “A opinião leiga é o mau juiz”, concluiu. Opinião leiga, no juridiquês falado por Batochio, é o outro nome do Brasil que pensa. E maus juízes são os brasileiros que veem as coisas como as coisas são.

Essa gente vê em José Roberto Batochio, por exemplo, um profissional que,  também por ter-se dispensado do compromisso com a verdade, tornou-se um dos criminalistas mais solicitados pela bandidagem da classe executiva. Há cinco anos, vem ganhando muitas causas, muitos clientes, muito dinheiro. A fama de craque consolidou-se quando impediu que a mão da Justiça alcançasse Paulo Maluf e seu filho Flávio. Quem salva uma dupla desse calibre faz qualquer milagre, ficou estabelecido. E a lista de fregueses  virou um fichário dos figurões que se meteram em confusões de bom tamanho. Todos pecaram. Nenhum foi castigado.

A escolha do advogado pode ser mais reveladora que qualquer confissão. Mas isso não é levado em conta no que o ministro Gilmar Mendes chama de “julgamentos técnicos”. O preço é caro, mas quem assina o contrato leva de brinde o militante. Nos tribunais, nas entrevistas, em artigos nos jornais, Batochio fantasia com tamanha veemência que até parece acreditar no que diz. Muitos acharam que ele estava mesmo querendo respostas quando produziu um dos melhores momentos da sessão lastimável: “Qual foi o ato, a ação, a conduta concreta do ministro Palocci, no sentido de promover, de participar na quebra do sigilo bancário, ou na divulgação dos dados bancários?”. Claro que o Batochio sabe que o estuprador autorizou a consumação do crime. Claro que sabe que os cúmplices Jorge Mattoso e Marcelo Neto não deram um passo sem o consentimento do chefe.

Se estivesse a serviço de Francenildo, diria isso com igual veemência. Como quem está pagando é o culpado, acusou a vítima, com a mesma expressão sem culpas de quem não perde o sono por pouca coisa. Sempre com a autoconfiança que transpira na foto que reuniu o Davi da vez e o aliado de um Golias. Com o terno cinza e a gravata roxa que o advogado emprestou (e os sapatos marrons e as meias esportivas que o advogado esqueceu de substituir), Francenildo tem o olhar desconfiado de quem descobriu ter penetrado em território hostil. O doutor está em casa. Sublinhados pela gravata de grife, a qualidade do tecido e o corte impecável avisam que o terno é melhor que a silhueta. Mas ele não percorre uma passarela. Caminha para outro triunfo. Sabe que aqui os Davis jamais serão reis. Perdem sempre, perdem todas.

Terminada a sessão, Francenildo voltou ao emprego provisório. “Tenho de ralar”, explicou. Batochio foi encontrar Palocci. Enquanto o caseiro ralava, rolava a festa da vitória.

Acervo HISTÓRICO de Escândalos

(GUARDAR  PARA   LEMBRAR  NAS  URNAS)
UM VERDADEIRO  ACERVO  HISTÓRICO

Progressão do aprendizado delitivo no eterno 'País do Futuro'.

Governo Ernesto Geisel ( 1974- 1979)

  1. Caso Wladimir Herzog
  2. Caso Manuel File Filho
  3. Caso Lutfala
  4. Caso Atalla
  5. Ângelo Calmon de Sá (ministro acusado de passar um gigantesco cheque Sem fundos)
  6. Lei Falcão (1976)
  7. Pacote de Abril (1977)
  8. Grandes Mordomias dos Ministros
Governo João Figueiredo (1979- 1985)
  1. Caso Capemi
  2. Caso do Grupo Delfim
  3. Escândalo da Mandioca
  4. Escândalo da Brasilinvest
  5. Escândalo das Polonetas
  6. Escândalo do Instituto Nacional de Assistência Médica do INAMPS
  7. Caso Morel
  8. Crime da Mala
  9. Caso Coroa-Brastel
  10. Escândalo das Jóias
Governo Sarney ( 1985- 1990)
  1. CPI DA Corrupção
  2. Escândalo do Ministério das Comunicações (Grande número de concessões de rádios e TVs para políticos aliados ou não Ao Sarney. A concessão é em troca de cargos, votos ou apoio Ao presidente)
  3. Caso Chiarelli (Dossiê do Antônio Carlos Magalhães contra o senador Carlos Chiarelli ou 'Dossiê Chiarelli')
  4. Caso Imbraim Abi-Ackel
  5. Escândalo da Administração de Orestes Quécia
  6. Escândalo do Contrabando das Pedras Preciosas
Governo Fernando Collor (1990- 1992)
  1. Escândalo da Aprovação da Lei da Privatização das Estatais
  2. Programa Nacional de Desestatização
  3. Escândalo do INSS (ou Escândalo da Previdência Social)
  4. Escândalo do BCCI (ou caso Sérgio Corrêa da Costa)
  5. Escândalo da Ceme (Central de Medicamentos)
  6. Escândalo da LBA
  7. Esquema PP
  8. Esquema PC (Caso Collor)
  9. Escândalo da Eletronorte
  10. Escândalo do FGTS
  11. Escândalo da Ação Social
  12. Escândalo do BC
  13. Escândalo da Merenda
  14. Escândalo das Estatais
  15. Escândalo das Comunicações
  16. Escândalo da Vasp
  17. Escândalo do Fundo de Participação
  18. Escândalo do BB
Governo Itamar Franco ( 1992- 1995)
  1. Centro Federal de Inteligência (Criação da CFI para combater corrupção em todas as esferas do governo)
  2. Caso Edmundo Pinto
  3. Escândalo do DNOCS (Departamento Nacional de Obras contra a Seca) (ou caso Inocêncio Oliveira )
  4. Escândalo da IBF ( Indústria Brasileira de Formulários)
  5. Escândalo do INAMPS ( Instituto Nacional de Assistência Previdência Social)
  6. Irregularidades no Programa Nacional de Desestatização
  7. Caso Nilo Coelho
  8. Caso Eliseu Resende
  9. Caso Queiroz Galvão (em Pernambuco)
  10. Escândalo da Telemig (Minas Gerais)
  11. Jogo do Bicho (ou Caso Castor de Andrade) (no Rio de Jane iro)
  12. Caso Ney Maranhão
  13. Escândalo do Paubrasil (Paubrasil Engenharia e Montagens)
  14. Escândalo da Administração de Roberto Requião
  15. Escândalo da Cruz Vermelha Brasileira
  16. Caso José Carlos da Rocha Lima
  17. Escândalo da Colac (no Rio Grande do Sul)
  18. Escândalo da Fundação Padre Francisco de Assis Castro Monteiro ( em Ibicuitinga, Ceará )
  19. Escândalo da Administração de Antônio Carlos Magalhães (Bahia)
  20. Escândalo da Administração de Jaime Campos (Mato Grosso)
  21. Escândalo da Administração de Roberto Requião (Paraná)
  22. Escândalo da Administração de Ottomar Pinto (em Roraima)
  23. Escândalo da Sudene de Pernambuco
  24. Escândalo da Prefeitura de Natal (no Rio Grande do Norte)
  25. CPI do Detran (em Santa Catarina)
  26. Caso Restaurante Gulliver (tentativa do governador Ronaldo Cunha Lima matar o governador antecessor Tarcísio Burity, por causa das denúncias de Irregularidades naSudene de Paraíba)
  27. CPI do Pó (em Paraíba)
  28. Escândalo da Estacom (em Tocantins)
  29. Escândalo do Orçamento da União (ou Escândalo dos Anões do Orçamento ou CPI do Orçamento)
  30. Compra e Venda dos Mandatos dos Deputados do PSD
  31. Caso Ricupero (também conhecido como 'Escândalo das Parabólicas')..
Governo Fernando Henrique (1995- 2003)
  1. Escândalo do Sivam
  2. Escândalo da Pasta Rosa
  3. Escândalo da CONAN
  4. Escândalo da Administração de Paulo Maluf
  5. Escândalo do BNDES (verbas para socorrerem ex-estatais privatizadas)
  6. Escândalo da Telebrás
  7. Caso PC Farias
  8. Escândalo da Compra de Votos Para Emenda DA Reeleição
  9. Escândalo da Venda da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD)
  10. Escândalo da Previdência
  11. Escândalo da Administração do PT (primeira denúncia contra o Partido dos Trabalhadores desde a fundação em 1980, feito pelo militante do partido Paulo de Tarso Venceslau)
  12. Escândalo dos Precatórios
  13. Escândalo do Banestado
  14. Escândalo da Encol
  15. Escândalo da Mesbla
  16. Escândalo do Banespa
  17. Escândalo da Desvalorização do Real
  18. Escândalo dos Fiscais de São Paulo (ou Máfia dos Fiscais)
  19. Escândalo do Mappin
  20. Dossiê Cayman (ou Escândalo do Dossiê Cayman ou Escândalo do Dossiê Caribe)
  21. Escândalo dos Grampos Contra FHC e Aliados
  22. Escândalo do Judiciário
  23. Escândalo dos Bancos
  24. CPI do Narcotráfico
  25. CPI do Crime Organizado
  26. Escândalo de Corrupção dos Ministros no Governo FHC
  27. Escândalo da Banda Podre
  28. Escândalo dos Medicamentos
  29. Quebra do Monopólio do Petróleo (criação DA ANP)
  30. Escândalo da Transbrasil
  31. Escândalo da Pane DDD do Sistema Telefônico Privatizado (o 'Caladão')
  32. Escândalo dos Desvios de Verbas do TRT-SP (Caso Nicolau dos Santos Neto , o 'Lalau')
  33. Escândalo da Administração da Roseana Sarney (Maranhão)
  34. Corrupção na Prefeitura de São Paulo (ou Caso Celso Pitta)
  35. Escândalo da Sudam
  36. Escândalo da Sudene
  37. Escândalo do Banpará
  38. Escândalo da Quebra do Sigilo do Painel do Senado
  39. Escândalos no Senado em 2001
  40. Escândalo da Administração de Mão Santa (Piauí)
  41. Caso Lunus (ou Caso Roseana Sarney)
  42. Acidentes Ambientais da Petrobrás
  43. Abuso de Medidas Provisórias (5.491)
  44. Escândalo do Abafamento das CPIs no Governo do FHC
e agora...
Uma pequena AMOSTRA do Governo Lula
CALMA... Vai ter muito mais!!!
  1. Caso Pinheiro Landim
  2. Caso Celso Daniel
  3. Caso Toninho do PT
  4. Escândalo dos Grampos Contra Políticos da Bahia
  5. Escândalo do Proprinoduto (também conhecido como Caso Rodrigo Silveirinha )
  6. CPI do Banestado
  7. Escândalo da Suposta Ligação do PT com o MST
  8. Escândalo da Suposta Ligação do PT com a FARC
  9. Privatização das Estatais no Primeiro Ano do Governo Lula
  10. Escândalo dos Gastos Públicos dos Ministros
  11. Irregularidades do Fome Zero
  12. Escândalo do DNIT (envolvendo os ministros Anderson Adauto e Sérgio Pimentel)
  13. Escândalo do Ministério do Trabalho
  14. Licitação Para a Compra de Gêneros Básicos
  15. Caso Agnelo Queiroz (O ministro recebeu diárias do COB para os Jogos Panamericanos)
  16. Escândalo do Ministério dos Esportes (Uso da estrutura do ministério para organizar a festa de aniversário do ministro Agnelo Queizoz)
  17. Operação Anaconda
  18. Escândalo dos Gafanhotos (ou Máfia dos Gafanhotos)
  19. Caso José Eduardo Dutra
  20. Escândalo dos Frangos (em Roraima)
  21. Várias Aberturas de Licitações da Presidência da República Para a Compra de Artigos de Luxo
  22. Escândalo da Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná)
  23. Expulsão dos Políticos do PT
  24. Escândalo dos Bingos (Primeira grave crise política do governo Lula) (ou Caso Waldomiro Diniz)
  25. Lei de Responsabilidade Fiscal (Recuos do governo federal da LRF)
  26. Escândalo da ONG Ágora
  27. Escândalo dos Corpos (Licitação do Governo Federal para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e

LOS APELLIDOS TERMINADOS EN 'EZ'

NADA COMO UM POUCO DE CULTURA...
LOS APELLIDOS TERMINADOS EN 'EZ'

Un puntito de educación en el amplísimo campo de la rica gramática de la Lengua Española.

El sufijo ' EZ ' al final de los apellidos hispanos proviene de una raiz hebrea sefardí y tiene la connotación de 'Hijo de... '.

Es así como apellidos considerados muy castizamente españoles como UNA  APORTE DE CULTURA GENERAL

Álvarez significa 'Hijo de Álvaro'
Rodríguez 'Hijo de Rodrigo'
López 'Hijo de Lope'
González 'Hijo de Gonzalo'
Martínez 'Hijo de Martín'
Hernández 'Hijo de Hernan'
o Benitez ' Hijo de Benito'

Sólo existen 3 excepciones gramaticales a ésta regla:

Hugo ChávEZ,
Cristina FernandEZ,
y
Evo MoralEZ:

Estos son:
'Hijos de una gran Puta'

REPASSANDO......este desabafo também é meu.

'Fé demais não cheira bem'

Publicada em 21/08/2009 às 12h59m

Artigo do leitor Lucio Mauro Filho

Em outubro de 2002, nós artistas fomos convidados a participar de um encontro com o então candidato à Presidência da República Luis Inácio Lula da Silva na casa de espetáculos Canecão, no Rio de Janeiro. Fui ao encontro como eleitor de Lula desde o meu primeiro voto e também como cidadão brasileiro ansioso por mudanças na forma de se fazer política no país. O clima era de festa, com muitos colegas confraternizando e um sentimento que desta vez a vitória viria.

Na porta principal da casa, uma tropa de políticos do PT e da coligação partidária recebia a todos com bottons, apertos de mãos firmes e palavras de ordem. E no meio de quadros tão interessantes da nossa política, este que vos fala foi recebido justamente por quem? Pelo Bispo Rodrigues (hoje ex-político e ex-religioso).

As pulgas correram todas para trás da minha orelha. Ser recebido no encontro do Lula com os artistas pelo bispo da Igreja Universal filiado ao extinto PL não era bem o que eu esperava daquela ocasião. Era um prenúncio claro do que viria a acontecer depois.

Veio o apoio do PTB de Roberto Jefferson, que tinha horror a Lula, mas que mesmo assim acabaria recomendando o voto no candidato do PT, como forma de desagravo ao então presidente do seu partido, José Carlos Martinez, que por sua vez tinha ódio por José Serra, a quem considerava culpado pela volta aos jornais da história do empréstimo que ele teria recebido de Paulo César Farias, no início dos anos 90. Com essa turma, a candidatura de Lula chegava à reta final.

A vitória veio e, com ela, uma onda de otimismo e de esperança em dias melhores, de mais inclusão, mais justiça social e menos corrupção e descaso. Éramos os pentacampeões mundiais no futebol e com Lula presidente ninguém segurava essa Nação. Pra frente Brasil!

Depois de dois anos de namoro, os ventos começaram a mudar com o surgimento de uma gravação onde Waldomiro Diniz, subchefe de assuntos parlamentares da Presidência da República, extorquia um bicheiro para arrecadar fundos para as campanhas eleitorais do PT e do PSB no Rio. O fato foi tratado como um deslize isolado de um funcionário de segundo escalão que de forma alguma representava a ideologia do Partido dos Trabalhadores. Waldomiro foi afastado do governo.

Em meados do ano seguinte surgiu uma nova gravação, onde o então funcionário dos correios Maurício Marinho aparecia recebendo dinheiro de empresários. Ele dizia ter autorização do deputado Roberto Jefferson do PTB. Em defesa de seu aliado, o presidente Lula afirmou na época que confiava tanto em Jefferson que lhe daria um "cheque em branco".

As investigações foram aprofundadas e na base do "caio, mas levo todo mundo junto", o deputado afirmou em entrevista à "Folha de São Paulo" que existia uma prática de mesada paga aos deputados para votarem a favor de projetos de interesse do governo. Lula deu o cheque em branco e recebeu de volta a crise que derrubaria, um por um, os homens fortes do seu partido. E de uma hora para outra, José Dirceu, José Genoíno, Antônio Palocci, João Paulo Cunha e outros políticos que tanto admirávamos, chafurdaram na lama da política suja, com histórias de abuso de poder, tráfico de influência e até coisas inimagináveis, como dólares transportados em cuecas e saques em boca de caixa totalmente suspeitos.

Acabou a inocência. O PT começou a desprezar quadros importantes do partido que não concordavam com as posições incoerentes com a luta pela ética e a moralização do país. Pior do que isso, acabou por expulsar alguns deles, como a senadora Heloísa Helena e os deputados Babá e Luciana Genro. Outros saíram por também não concordarem com as práticas até então impensáveis para um partido que se julgava detentor da bandeira da honestidade. E assim partiram Cristovam Buarque e Fernando Gabeira.

Apesar de toda uma nova geração de políticos interessados em refundar o partido e aprender com os erros, como José Eduardo Cardozo, Delcídio Amaral e Ideli Salvati, o PT preferiu manter a estratégia do aparelhamento, do fisiologismo e do poder a todo custo, elegendo o pau mandado Ricardo Berzoini novo presidente do partido. Ele representava o Campo Majoritário, grupo que sempre esteve na presidência do PT desde sua fundação.

Depois que nada foi provado na CPI do Mensalão, o Partido dos Trabalhadores percebeu que a bandeira da ética já não importava mesmo e começou novamente uma fase "rolo compressor" de conchavos e blindagens com o que há de pior na política brasileira. Veio o segundo mandato e com ele o fato. O presidente Lula cada vez mais nas mãos do PMDB, o partido que definitivamente não está nem aí com ideologias, ética ou qualquer coisa parecida.

Depois da derrocada dos grandes caciques do PT, restou Dilma Roussef, a super ministra, como única opção de candidatura para a sucessão do presidente Lula. Mas Dilma não tem carisma nenhum. É uma figura técnica, fria. Precisa desesperadamente do presidente preparando palanques com dois anos de antecedência, emprestando toda a sua popularidade, como uma espécie de "ghost charisma". Precisa também do PMDB com seus acordos e chantagens como co-patrocinador político da candidatura.

Para isso, foi preciso o governo se meter em mais outra crise e comprovar que é muito mais PMDB que PT. Depois de Jefferson, Bispo Rodrigues, Severino Cavalcanti, os eleitores do Lula estão tendo que agüentar o pior. Ver o presidente de mãos dadas com Fernando Collor, Renan Calheiros e José Sarney. E ver um Conselho de Ética formado em sua maioria por suplentes como os senadores Wellington Salgado, Gim Argello e até o presidente do conselho, Paulo Duque, que afirmou que "adora decidir sozinho".

No momento em que políticos como Aloizio Mercadante tentam juntar os cacos do PT, tomando atitudes coerentes com o que o partido sempre pregou, lá vem o executivo com sua emparedada já tradicional, desautorizando o líder de sua bancada, mais uma vez constrangido pela direção do PT. E as promessas as quais me referi lá atrás, Delcídio e Ideli, votaram a favor do arquivamento de tudo e da permanência do que aí está. Mais uma vez, o fim justifica os meios.

E assim, é a vez de Marina Silva abandonar o barco, cansada de guerra. A ex-ministra do Meio Ambiente que viu o presidente Lula entregar nas mãos do ministro extraordinário de assuntos estratégicos, Mangabeira Ünger, o Programa Amazônia Sustentável (PAS). Justo ela, uma cidadã da Amazônia. Foi a gota d'água. Desautorizada, Marina deixou o cargo. Agora, deixa o partido. E o Mangabeira Ünger? Voltou para Harvard para não perder o salário de professor (em dólar), deixando os assuntos estratégicos para o passado.

Esse é o atual panorama da política nacional. Deprimente. Políticos dizendo na cara de seus eleitores que realmente estão se lixando. Acabou o pudor. Com o presidente Lula corroborando tudo que é canalhice e uma oposição que é também responsável por tudo que aí está, pois governaram o país por todos esses anos e ajudaram a moldar todas as práticas que o governo do PT aperfeiçoou, talvez estejamos realmente precisando de uma terceira via.

Eu não sei se imaginei um cenário tão devastador quando constrangido evitei o aperto de mão do Bispo, lá na porta do Canecão. Mas um trocadilho não me sai da cabeça: "Fé demais não cheira bem".

Lucio Mauro Filho é ator e roteirista

A relação do homem com o poder remonta à fundação da cidade-Estado

image

Autor de “Calendário do Poder”

Uma das características do poder é imantar em muitos que o ocupam a pretensão de nele se perpetuar. Nada mais trágico para tais pessoas do que sua perda: ficam com baixa autoestima, sentem-se abandonadas, lamentam a perda de privilégios e mordomias.

Daí o empenho de tantos para se perpetuarem no poder. Ao se defender no Senado, Sarney gabou-se de estar nele há 55 anos!

A questão do poder desponta com o surgimento da cidade-Estado, no início do IV milênio a.C. É quando o ser humano se desprende do ciclo da natureza.

Já não funda sua identidade nos vínculos comunitários da sociedade agrária. Sua consciência se personaliza, ele se torna senhor do próprio destino, livre das mutações ecológicas que antes criavam nele a sensação de fatalidade.

A fundação da cidade-Estado, ao inverter a relação que o ser humano tinha com a natureza, o faz perceber que não é mais ele que deve se adaptar às condições dela, mas é ela que deve se submeter às suas vontades.

Antes, deuses atuavam movidos por forças obscuras que escapavam do controle humano. Agora, são vistos como fundamento e reflexo da hierarquia que caracteriza a cidade-Estado. O rei é mediador entre as ordens celestial e terrena. Interfere, não apenas na natureza, mas também na história.

Embora seja revestido de sacralidade, as leis que promulga são obra humana, suscetível de limitações e erros. E a morte passa a ser encarada pela ótica da tragédia.

O poder pode tudo, exceto evitar que poderosos sejam “derrubados de seus tronos e, pela morte, despedidos com as mãos vazias”, como canta Maria no Magnificat.

São Lucas Capítulo 1  vessículos de 46 a 56

"Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus meu salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva.

Doravante todas as gerações me felicitarão, porque o Todo Poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração.

Ele realizará proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.

Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, - conforme prometera aos nossos pais  - em favor de Abraão e de sua descendência para sempre."

"É necessário usar ciência e a arte de formar cidadãos conscientes, saudáveis e equilibrados nos seus atos pessoais e sociais".

Existem pessoas que buscam o poder coercitivo, que é um mecanismo doentio, sob o ponto de vista psicológico".

A ânsia de poder neste caso não se origina da força, mas da fraqueza. Ela é expressão da incapacidade do eu individual para ficar sozinho e viver. É um esforço desesperado para conseguir força simulada quando se tem falta de força autêntica. O oposto do poder neurótico e manipulador não é a ausência de poder e de liderança, mas o poder solidário, a estrutura que se organiza para facilitar a ajuda mútua..."

Debaixo do Pano

image

Além da inocência

por Janio de Freitas -

Além da inocência

Antonio Palocci não emitiu nem uma só palavra em favor da verdade, no caso da quebra de sigilo do caseiro

A RECUSA de processo contra Antonio Palocci, decidida por um só voto de diferença no Supremo Tribunal Federal, fez mais do que livrar o ex-ministro de indícios óbvios de responsabilidade na quebra de sigilo e em acusação caluniosa e pública contra o caseiro Francenildo dos Santos Costa. Em plano mais amplo do que o pessoal, ficam relegadas apurações antes evitadas pelo inquérito policial, mas muito significativas para a moralidade administrativa.

Embora os esforços contrários, inclusive dos meios de comunicação encantados com o conservadorismo financeiro do então ministro da Fazenda, no escândalo centrado em Palocci ficou claro que a chamada "república de Ribeirão Preto" alugara uma casa discreta em Brasília para atividades além de encontros sensuais. Vários depoimentos deixaram registrada a frequência, ali, de reuniões sigilosas desse grupo envolvido em numerosos inquéritos de licitações fraudulentas, superfaturamento e desvios de verbas públicas, denunciados nas duas ocasiões em que Palocci foi prefeito de Ribeirão.

Um dos integrantes do grupo, quando viu exposta sua vida pessoal e a carga dirigida contra ele, chegou à franqueza indignada de apontar o desvio do escândalo jornalístico e das investigações, mais ou menos assim: "O importante para investigar não são os encontros com mulheres, são as reuniões feitas naquela casa". (A frase e seu alcance ficaram registrados na Folha, aqui mesmo).

Nem assim houve questionamento algum às reuniões sigilosas do grupo liderado pelo ministro e integrado, além de componentes do seu gabinete, por vários lobistas e intermediários de negócios. A omissão teve o propósito de salvar o ministro da Fazenda simbólico da adesão do governo Lula à política neoliberal do governo Fernando Henrique.

Já que não foi possível apagar tudo, da decisão do Supremo resulta jogar toda a responsabilidade, nos atos contra Francenildo Costa, em Jorge Mattoso, presidente da Caixa Econômica Federal que fez lá a verificação da conta do caseiro.

Quanto a Palocci, no dizer do relator Gilmar Mendes seguido por quatro ministros, no pedido de processo "há apenas ilações que não estão suficientemente concatenadas para se constituir em elementos de prova", só há "meras suposições que não legitimam por si sós a abertura de ação penal".

Houve a quebra de sigilo e, em seguida, a divulgação de que Francenildo Costa tinha em sua conta dois depósitos incompatíveis com o salário, tidos como evidência de que fora subornado para acusar a presença de Palocci na tal casa? Houve, reconhecidamente. Há certeza sobre a autoria da violação do sigilo e da divulgação? Não, há indícios e suspeitos. O que é próprio do Judiciário, até por constituir a razão de sua existência, em tais casos? Instaurar processo para apurar, até onde for possível, a autoria e as demais responsabilidades.

No 16 de março de 2006, em que Francenildo depõe na CPI dos Bingos e compromete Palocci, o então ministro chama Jorge Mattoso ao seu gabinete. De volta à Caixa, Mattoso pede um extrato da conta de Francenildo. Informado do encontro de dois depósitos anormais, cujos extratos recebe pouco depois, Palocci troca 42 ligações telefônicas com seu assessor de imprensa, Marcelo Netto, o qual, por sua vez, tem seis telefonemas com o filho que trabalha na revista "Época". Logo o site da revista e depois a própria divulgam a acusação de suborno do caseiro para acusar o inocente Antonio Palocci.

São esses fatos, como diz Gilmar Mendes, "apenas ilações não suficientemente concatenadas" para justificar um processo judicial que procure apurá-los plenamente e estabelecer as responsabilidades, para possíveis efeitos penais? Votaram contra a inocentação a priori de Palocci, e pela ação judicial, os vencidos ministros Cármen Lúcia Rocha, Carlos Ayres Britto, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.

Há uma particularidade especialmente abjeta na difamação difundida contra Francenildo Costa. É que Antonio Palocci tinha plena consciência de ser verdadeira a afirmação do caseiro de que o vira na caverna brasiliense da "república de Ribeirão Preto". E depressa saberia, ainda, que os dois depósitos na conta de Francenildo Costa provinham de remessas feitas por seu pai. No primeiro caso, mentiu deslavadamente. No segundo, não emitiu nem uma só palavra em favor da verdade.

A "república" e seu chefe ainda têm processos no Judiciário paulista, mas os remanescentes do grupo já podem juntar-se a Lula e ao PT para dar a Antonio Palocci outro cargo no governo ou tentar elegê-lo para o governo de São Paulo, onde há muitas casas discretas.

“Corda sempre estoura do lado fraco”, afirma ministro do STF

Por Felipe Seligman, na Folha:

No dia seguinte ao julgamento que livrou o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci de responder processo criminal pela quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, por 5 votos contra 4, o ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello avaliou que “a corda acabou estourando do lado mais fraco”.

Marco Aurélio foi um dos quatro ministros que votaram pela abertura da ação para investigar Palocci. Assim como Cármen Lúcia, Ayres Britto e Celso de Mello, ele entendeu que havia indícios suficientes para transformá-lo em réu.

“Se você perguntar a qualquer um do povo se ele acha que Palocci mandou quebrar o sigilo, verá que a sensação é de que ele tinha interesse nisso. Ele é o único beneficiado. Isso é de uma clareza solar. A corda acabou estourando do lado mais fraco, como sempre.”

No Rio, o ministro Carlos Ayres Brito disse que “sigilo bancário é um direito fundamental e só pode ser quebrado com ordem judicial. E o caseiro é um homem simples, que teve a coragem de apresentar uma denúncia contra três autoridades. Para a denúncia, o que se exige são indícios, não uma prova cabal, que só é necessária para a condenação. Para mim existiam indícios, mas a maioria entendeu que não”, disse. Aqui

Há indícios contra Palocci, dizem juristas

Por Fausto Macedo e Ricardo Brandt, no Estadão:

Havia motivos suficientes para abertura da ação penal contra o deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (PT-SP), sustentam procuradores da República, advogados criminalistas e juristas que seguem a linha de entendimento de quase metade da composição do Supremo Tribunal Federal (STF). Para esses profissionais da área do direito, o placar apertado do julgamento - cinco votos contra a ação, quatro a favor -, expõe a tendência em mandar Palocci para o banco dos réus. “Foi um julgamento atípico, que revela a influência política sobre o Judiciário”, aponta o advogado Alberto Carlos Dias. “É questão clara de status, 99,9% dos brasileiros na situação do ex-ministro seriam réus a essa altura”, acusa o jurista Luiz Flávio Gomes.

Na longa sessão de quinta-feira no STF, prevaleceu o voto do ministro Gilmar Mendes, relator, pela exclusão de Palocci da ação penal por quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, em 2006. “A lei não incrimina o mero acesso aos dados ou informes bancários pelos servidores, gerentes e administradores das instituições autorizados ao seu manuseio, ou a simples extração de um extrato por qualquer deles”, assinalou Mendes, em 46 páginas.

Rejeição de denúncia é fato comum na corte. Em 2008, somente 7 de 73 denúncias foram acatadas. Este ano, foram recebidas 7 denúncias, de 41.

“O julgamento evidenciou, mais uma vez, o casuísmo das decisões do STF”, avalia a procuradora Janice Ascari. “A instrução processual é o momento de trazer as provas, tanto da defesa quanto da acusação. Apesar da jurisprudência e doutrina, o STF subverteu a lógica e decidiu contra a sociedade”.

Ela rechaça a tese do presidente do STF com o artigo 29 do Código Penal. “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Pode não haver indícios de que Palocci participou da quebra do sigilo, mas o fato de ele ter se reunido com o presidente da Caixa naquela mesma noite não seria motivo para recebimento da denúncia?” Aqui

Marina tira militância católica dos braços do PT

Por Roldão Arruda, no Estadão:

A possível candidatura de Marina Silva à Presidência, pelo PV, deve enfraquecer o PT em um dos seus redutos mais antigos e dedicados - o das comunidades eclesiais de base, as CEBs. Desde que a senadora se desfiliou do PT, a polêmica sobre apoiá-la ou continuar na banda orquestrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a favor da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, se espalha no meio dessas comunidades. Mas não só aí. Há uma inquietude semelhante nos movimentos de sem-terra, indígenas e, sobretudo, entre organizações que atuam na área de defesa do meio ambiente.

O caso das CEBs é dos mais significativos. Essas comunidades, organizadas em áreas pobres, com o apoio da chamada ala progressista da Igreja Católica, tiveram sua história misturada com a do PT desde que o partido se formou, há três décadas. Em todas as campanhas eleitorais de Lula as CEBs o apoiaram. Na capital paulista, os mapas eleitorais das eleições presidenciais e para o governo do Estado mostram que o PT só consegue bater o PSDB em alguns poucos bairros da zona leste da cidade - não por coincidência, os mesmos onde as CEBs são mais estruturadas.

No Belém, um desses bairros nos quais o PT ainda mostra força, Liz Mari Silva Marques, liderança das CEBs locais, disse ao Estado que o governo Lula produziu avanços significativos no terreno das causas populares, mas acabou estacionando. “Não consegue avançar em questões como reforma agrária, demarcação das terras indígenas, apoio a pequenos agricultores e, principalmente, a preservação ambiental”, disse ela. “A Marina, que tem uma vida inteira dedicada aos pobres, pode fazer uma grande diferença agora. Sempre votei no PT. Mas o meu voto na próxima eleição será para ela.”

Liz Mari não fala em nome da comunidade. Mas seu depoimento é indicador da mudança. Assim como o do teólogo Leonardo Boff, um dos artífices brasileiros da Teologia da Libertação, inspiradora das CEBs: ele já declarou seu apoio à candidatura da senadora.

O nome de Marina, que hoje faz parte da denominação religiosa Assembleia de Deus, mas já foi católica e militou numa comunidade de base, é respeitadíssimo no meio do clero progressista. Ela é chamada para participar de encontros de teólogos. E foi ovacionada durante o 12º Intereclesial, o mais importante evento nacional das comunidades de base, realizado em julho, em Porto Velho. O tema da reunião era justamente a questão amazônica.

Ela ainda foi aclamada em recente encontro, em Brasília, do Movimento dos Sem-Terra (MST), organização que também tem suas raízes nas CEBs.

“A Marina é uma pessoa de fé, daquelas que, como diz a Bíblia, fazem mover montanhas. Tem uma força grande quando fala, tem um testemunho de vida, o testemunho de uma sobrevivente da tragédia contra os pobres deste País”, disse o padre Benedito Ferraro, encarregado de assessorar as CEBs em todo o Brasil.

Ferraro não acredita que a senadora consiga atrair a maioria dos participantes das CEBs, especialmente a gente mais simples, no meio das quais a popularidade de Lula continua em alta. Mas prevê fissuras nas lideranças.

“Tenho conversado com pessoas que, mesmo não acreditando na vitória da Marina, vão apoiá-la com o objetivo de aumentar o poder de barganha do setor popular no segundo turno da eleição”, disse o padre. “É uma tentativa de trazer para o primeiro plano do debate eleitoral a questão ecológica, que ficou muito fragilizada no PT e no governo Lula, especialmente após a nomeação de Mangabeira Unger para o ministério.”

Curiosamente, enquanto o presidente Lula busca associar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) à ministra Dilma, certo de que isso atrai votos para ela, no meio das comunidades tal associação exerce um efeito oposto, de rejeição. O programa é visto como causador de problemas ambientais e ameaça para comunidades ribeirinhas e indígenas.

O antropólogo Ricardo Verdun, assessor do Instituto dos Estudos Socioeconômicos (Inesc) para questões indígenas e ambientais, observou que a candidatura de Marina já entusiasma várias organizações ambientalistas. A esperança é que ela mude o foco do debate. Aqui

E o escândalo continua - Governo quer fim de licitação para sem-terra

Por Eduardo Scolese, na Folha:

Sem alarde, o governo federal enviou em regime de urgência ao Congresso um projeto de lei que dispensa de licitação a contratação de empresas públicas e privadas, ONGs e entidades ligadas a sindicatos e movimentos sociais para serviços de assistência técnica a assentados e agricultores familiares.

Segundo o texto, todas as contratações serão por meio do instrumento da chamada pública, e não mais por convênios e licitações, como ocorre hoje no Incra e no Ministério do Desenvolvimento Agrário. Juntos, eles têm R$ 530 milhões disponíveis neste ano para esse serviço -quando um técnico visita o lavrador e indica as melhores formas de plantio, de adubagem e de cultura a ser explorada, por exemplo.

Ao contrário da licitação, o vencedor não será definido pelo preço mínimo. O valor do contrato será fixo e de conhecimento de todos os participantes. Vence o que mais se aproximar dos requisitos exigidos pelo governo, como a inscrição no conselho estadual de desenvolvimento rural sustentável.

Contratos e convênios ainda em uso têm sido alvo de recentes auditorias do TCU (Tribunal de Contas da União) e de CPIs no Congresso por conta de irregularidades na execução dos serviços e na prestação de contas. Algumas entidades foram condenadas a devolver recursos aos cofres públicos.

Diante disso, esse projeto de lei foi o meio-termo encontrado pelo governo entre o que cobra o TCU (licitação para todos os contratos) e ao que estavam acostumados os movimentos e sindicatos do campo (convênios direcionados a eles).
Com a adoção da chamada pública, porém, ainda assim haverá brecha para que essas ONGs e entidades continuem sendo beneficiadas: basta que as exigências finais para a contratação sejam dirigidas a elas (experiência em determinado município ou assentamento, por exemplo).

Esse será o foco de pressão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na tramitação do projeto no Congresso e, depois, na sanção presidencial. “A participação da organização dos trabalhadores na escolha da prestadora ainda não está resguardada”, disse Nívia Regina, do setor de produção do movimento.

A dispensa de licitação foi, na prática, mais um agrado do governo aos sem-terra. Na semana passada, por exemplo, o Planalto prometeu ao MST a atualização dos índices de produtividade da reforma agrária. Aqui

VEJA 2 - José Rainha, o rei dos pelegos

O dissidente do MST achou um jeito de embolsar mais dinheiro: apoiando, sem vergonha de ser feliz, o governo federal e abrindo uma nova fronteira de invasões

Por Diogo Schelp

O cenário é decrépito, mas emoldura uma disputa de milhões de reais. As margens de uma estrada vicinal em Araçatuba, no oeste de São Paulo, estão há seis meses tomadas por 500 barracos. Uma placa insta os motoristas dos caminhões de cana-de-açúcar a tomar cuidado para não atropelar ninguém: “Atenção - Acampamento à frente”. Nos dias úteis, o perigo de acidente é menor, já que a maioria dos casebres está fechada e o lugar tem o aspecto de uma favela-fantasma do velho oeste americano - se no velho oeste tivessem existido favelas. Um senhor de idade avançada, sentado à sombra o dia inteiro a observar o vaivém de carregamentos de cana, explica que vive ali só para guardar lugar para o filho, que trabalha na cidade. Ele conta que muitos abandonaram emprego com carteira assinada para morar naquele cortiço rodoviário. Segundo as regras estipuladas pelos líderes que manobram a massa sem-terra, é preciso dormir pelo menos duas noites por semana no acampamento para receber a cesta básica e para não perder a vez em uma possível divisão de lotes, no futuro. Por isso, aos sábados e domingos o local fervilha com a presença de 1 000 pessoas ou mais que vêm fazer churrasco, reunir-se com a família ou simplesmente marcar presença. E que presença: os roubos de galinha e os atos de vandalismo aumentaram nas pequenas fazendas das redondezas. Estamos no acampamento Deputado Adão Pretto, uma fábrica de miséria construída por José Rainha Júnior, o líder sem-terra que já escapou de ser condenado por homicídio e, em julho passado, teve uma pena de cadeia por porte ilegal de arma substituída por regime aberto e prestação de serviços à comunidade. Aqui

VEJA 1 - Por dentro do cofre do MST

VEJA teve acesso às movimentações bancárias de quatro entidades ligadas aos sem-terra. Elas revelam como o governo e organizações internacionais acabam financiando atividades criminosas do movimento

Por Policarpo Junior e Sofia Krause

Assertivos do ponto de vista ideológico, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra são evasivos quando perguntados de onde vêm os recursos que sustentam as invasões de fazendas e manifestações que o MST promove em todo o Brasil. Em geral, respondem que o dinheiro é proveniente de doações de simpatizantes, da colaboração voluntária dos camponeses e da ajuda de organismos humanitários. Mentira. O cofre da organização começa a ser aberto e, dentro dele, já foram encontradas as primeiras provas concretas daquilo de que sempre se desconfiou e que sempre foi negado: o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente nos cofres públicos e junto a entidades internacionais. Em outras palavras, ao ocupar um ministério, invadir uma fazenda, patrocinar um confronto com a polícia, o MST o faz com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam imiscuir-se em assuntos do país.

VEJA teve acesso às informações bancárias de quatro organizações não governamentais (ONGs) apontadas como as principais caixas-fortes do MST. A análise dos dados financeiros da Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), da Confederação das Coo-perativas de Reforma Agrária do Brasil (Concrab), do Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e do Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) revela que o MST montou, controla e tem a seu dispor uma gigantesca e intrincada rede de abastecimento e distribuição de recursos, públicos e privados, que transitam por dezenas de ONGs espalhadas pelo Brasil:

  • As quatro entidades-cofre receberam 20 milhões de reais em doações do exterior entre 2003 e 2007. A contabilização desses recursos não foi devidamente informada à Receita Federal.
  • As quatro entidades-cofre repassaram uma parte considerável do dinheiro a empresas de transporte, gráficas e editoras vinculadas a partidos políticos e ao MST. Há coincidências entre as datas de transferência do dinheiro ao Brasil e as campanhas eleitorais de 2004 e 2006.
  • As quatro entidades-cofre receberam 43 milhões de reais em convênios com o governo federal de 2003 a 2007. Existe uma grande concentração de gastos às vésperas de manifestações estridentes do MST.
  • As quatro entidades-cofre promovem uma recorrente interação financeira com associações e cooperativas de trabalhadores cujos dirigentes são ligados ao MST.
  • As quatro entidades-cofre registram movimentações ban-cárias estranhas, com vul-tosos saques na boca do caixa, indício de tentativa de ocultar desvios de dinheiro. Aqui

O MERCADOR DE ILUSÕES

Senador Mercadante

Quando a Corte portuguesa tentava forçar o Brasil a retornar à posição de colônia, emitiu um documento determinando o retorno imediato do Regente a Portugal, o que causaria um retrocesso no nosso processo político.

No dia 9 de janeiro de 1822, o jovem D. Pedro precisou de 3 minutos para proferir uma frase histórica " Se é para o bem de todos, e felicidade geral da nação, diga ao povo que Fico ! "

Hoje, 187 anos depois, quando a escória política brasileira tenta nos manter no fundo do poço ético, o que impede o nosso progresso político, um experiente senador precisou de 23 minutos para proferir seu epitáfio político " se é para o bem da camarilha e para infelicidade geral da nação, diga ao povo QUE MICO !! "

É isso aí senador, Napoleão dizia que " o clamor das batalhas, é que separa os homens dos meninos ", o senhor teve a chance de ser Homem, mas oPTou pelo menino carteiro carregador de cartas, diferente daquele jovem Imperador, que decidiu cortar seus laços com seu País e abriu mão de uma coroa  Européia, para organizar um novo País, fazê-lo independente, e cunhou em nossos peitos o orgulho de sermos brasileiros. O senhor escolheu o pessoal, ou melhor " o seu pessoal "

Acabei de assistir ao seu pronunciamento. Que cena patética! Nem sombra daquele senador, que 2 dias antes, com toda empáfia, com voz firme e ótima entonação, tentou macular a carreira de uma profissional, que por mais de 30 anos desempenha com total competência e lisura o seu trabalho como funcionaria concursada da Receita Federal, tudo isso, para acobertar uma guerrilheira ladra e assassina, contumaz em mentiras, a ponto de falsificar seu currículo. Com certeza, se o senhor tivesse agido com aquela desenvoltura no passado, o Delubio, o Zé Dirceu, o Valdomiro, o Zé Paulo Cunha, o Silvinho do Jeep, e outros componentes dos 40, teriam sido condenados, e certamente o Ali Babá não o teria chamado à caverna, para lhe cobrar " amizade ", e expô-lo ao ridículo.

O que vimos, foi um pato manco ou um boi castrado num curral de touros, gaguejando, abatido, e surpreso com um plenário ás moscas, sem seus liderados, que mostraram o quanto és " imprescindível " , tentando justificar o injustificável, e apresentando balelas.

Com dizia Andy Warhol " todos temos o direito a 15 minutos de glória ", o senhor precisou de 23 minutos para enterrar o seu passado. Que pena que não tivesse continuado como professor de economia, que pena que não tenha usufruído da bolsa de estudos na Europa, assim, não teríamos presenciado o seu reconhecimento ao afirmar " desilusão política e frustração por não conseguir resguardar seus princípios ", " esbarramos no PMDB e na direção do meu Partido ( PT ) ", " esta não foi nunca a minha posição ". A que ponto o senhor chegou, depois de confessar tanta abnegação política, fica fácil comprovarmos que o Dossiê existiu, e que nós já estávamos na presença de um Marionete.

O senhor citou Tocqueville " O Parlamento existe para preservar as garantias ", é verdade senador, mas a afirmação de Alexis Tocqueville não era para garantir a impunidade dos pilantras, os atos secretos, o nepotismo, nem as mentiras ministeriais, senador, ele falava de garantias do povo. Mas num ponto, a biografia deste pensador francês se parece com a sua agora " Ele não foi adotado nem pela esquerda nem pela direita, permanecendo suspeito á todos. " Dessa, nem a Ideli Salva-ti !

Que farsa dizer que o Presidente não o tenha convencido após 5 horas de reunião, e que só o conseguiu com essa carta matinal, mentira, ele
o esculhambou, e o senhor capachamente, lhe solicitou este bilhetinho, para justificar tamanha subserviência. É claro que sabemos que ele não
consegue se expressar em 5 horas, e que precisaria de 5 dias para escrever aquela carta de 4 parágrafos, nota-se claramente o dedo do
Ducci ou do Franklin : " Dificuldades e divergências fazem parte de nossa caminhada, mas são menores que ela ", o Presidente tem razão, principalmente quando esta estrada termina no Tesouro Nacional ou na Petrobras; " É o sacrifício que faz um mundo melhor ", mais uma filosofia do eminente, acadêmico e culto Presidente, e ele está certo, o mundo de vocês está muito melhor, agora existem coberturas, viagens, empregos para os pelegos,nepotismo, participação nos PACs, e etc.

Por que o senhor nos fez perder 23 minutos senador ? Seria muito mais fácil imitar seus professores : " A crise não é minha, é do Senado ", " Eu não sei quem é esse rapaz ", " Essa nomeação foi feita pela Roseane " ( SARNEY ); " Toda minha fortuna veio da produtividade das minhas vaquinhas " ( RENAM ) ; Eu não sabia de nada " ( LULA ) ; " Eu nunca vi essa mulher " , " Cadê sua agenda " ( DILMA ).

Segundo o senhor " conversei com minha mulher Regina, e com meus filhos Pedro e Mariana, refleti e tomei a decisão de sair, mas...me
aconselhei com a Dilma, o Pallocci, o Zé Dirceu, o Berzoine, o João Pedro, a Ideli,o Lula, e até com o Arthur Virgilio, e eles me pediram pra ficar ". Senador, com esses conselheiros, Deus teria feito o Mundo em 2 dias, e consumiria os outros 5 pra cobrar entrada, e Ali Babá não teria procurado mais 31 facínoras pra completar seu bando.

Quem sabe se o senhor tivesse procurado a Senadora Marina, ou o Senador Arns, ou o Senador Cristovão, talvez eu não estivesse aqui escrevendo. Talvez eles ao invés de Tocqueville, citassem Immanuel Kant ( Crítica da Razão Pura ) " Quem dispõem da liberdade de poder agir moralmente é alguém tão especial que não existe nada superior a essa pessoa ". " Ele age de tal maneira que o motivo que o levou a agir passa a ser convertido em Lei Universal. " ( KANT )

Quanto ao seu " amigo Bispo lá do Norte ", que afirma que não se pode abandonar o barco ao primeiro sinal de entrada de água, ele está certíssimo, num mar de corrupção os últimos a abandonarem o barco são o Comandante e os ratos, como o Comandante ainda está Lá, fique mais um pouquinho.
Que cena pastelão o seu pedido de desculpas á Regina, ao Pedro e a Mariana, mas o senhor esqueceu os Paulos, os Josés, as Marias, os Carlos, as Sonias, etc. Aos milhões de pessoas, que assim como sua família acreditaram e elegeram a competência moral de um homem, que poderia ser uma alternativa digna pra nossa esperança. Nossa esperança, que havia superado o medo, acabou perdendo pra covardia.

Só espero senador, que os motivos que o levaram a esse débâcle moral, não estejam ligados a etmologia do seu nome : Mercadante, Mercador, Negociante :" Cidadão que através do comércio vende seus serviços e bens, em troca de dinheiros ou benesses ".

Pra finalizar senador, discordo do Joelmir Betting, que o comparou a um boneco ventríloquo : bem vestido, mexe com a boca, emite sons,
sentado no colo do " amigão ", pra mim, o senhor pareceu um fantoche, apesar de bem vestido, parecia um " Trapo " .

Tadeu Abrahão Fernandes

Elio Gaspari: ‘O mapa do tesouro da ilha de Furnas’

Do Blog de Josias de Souza

O PMDB tornou-se uma legenda voraz. Já não se satisfaz com tudo. Deseja um pouco mais.

Sob o tacão de Renan Calheiros, o pedaço pemedebê do Senado acaba de converter o Palácio do Planalto numa cota de José Sarney.

Agora, o naco pemedebê da Câmara, sob o patrocínio do sempre operoso deputado Eduardo Cunha (foto), faz nova investida no fundão de Furnas.

A passagem foi às páginas, com o engenho habitual, graças à pena do repórter Elio Gaspari.

Está disponível na Folha. Para facilitar a vida dos não assinantes, vai reproduzida abaixo:

“Prossegue a caça ao tesouro da Fundação Real Grandeza, o fundo de pensão dos trabalhadores de Furnas, onde há um ervanário de R$ 8 bilhões.

Começou a eleição dos três representantes dos funcionários no conselho da instituição.

É um um processo que mobiliza 14 mil pessoas e dura cerca de um mês, culminando com a posse dos escolhidos, em outubro, quando termina o mandato da atual diretoria do fundo. O novo conselho escolherá a próxima diretoria.

Numa das últimas reuniões da diretoria de Furnas, que não tem poder sobre o conselho, ouviu-se um curioso comentário: se os conselheiros não atenderem aos desejos de Brasília, a Fundação Real Grandeza sofrerá intervenção da Secretaria de Previdência Complementar.

Caso clássico de ameaça de golpe antes de se saber o resultado de uma votação. Se o Real Grandeza deve sofrer intervenção, ela deveria ter sido feita ontem.

Usar essa ameaça para influenciar os conselheiros é coisa de quem quer criar mais uma encrenca, como se não bastassem as existentes.

A principal pressão sobre o Real Grandeza vem da Câmara, mais precisamente, da banda ágil do PMDB, que já perseguiu a diligência em três outras ocasiões.

O período de esplendor desse poderio sobre Furnas deu-se entre 2007 e 2008 quando a estatal foi presidida pelo ex-prefeito do Rio Luis Paulo Conde, um arquiteto que se doutorou em artes elétricas sob a orientação do deputado Eduardo Cunha.

O PMDB do Rio tenta dominar as arcas de Furnas com tanto afinco que há poucos meses um diretor da estatal recebeu um pedido para fazer do departamento de produção de Campos um pudim de amigos.

sábado, 29 de agosto de 2009

POLÍTICOS DOS "brasis"

“Gostaria de tratar o senhor José Sarney com elegância e respeito, mas não posso, porque estou falando com um irresponsável, um omisso, um desastrado, um fraco. Sempre foi um político de segunda classe, nunca teve uma atitude de coragem. (Fernando Collor, na campanha de 1989, sobre o então presidente da República).

“Sei que o presidente Lula e o presidente Sarney apoiaram o meu impeachment, mas mesmo assim não desejo que sofram o mesmo. Não desejo que sejam alcançados por injúrias, calúnias, mentiras”. (Collor, hoje, em discurso no Senado).

“O Brasil é testemunha da brutalidade, da violência, do desatino com que fui agredido por um candidato profundamente transtornado”. (José Sarney sobre Collor, na campanha de 1989).

“Sou profundamente grato ao senador Collor. Ele tem sido bastante leal a mim”. (Sarney, hoje, no Senado).
“O outro candidato defende abertamente a luta armada, a invasão de casas e apartamentos. Lula é um cambalacheiro”. (Collor, 1989).

“Nenhum ataque ao presidente Sarney e ao presidente Lula ficará sem resposta”. (Collor, na semana passada).

“Pena que esse moço seja tão corrupto”.  (Lula sobre Collor, 1993).

“O senador Fernando Collor tem tudo para fazer um grande mandato”. (Lula, 2007).

“Não sou eu quem diz que Lula quis forçar o aborto. Quem diz é Miriam Cordeiro, mãe da Lurian”. (Collor, 1989).

“Tive de suportar denúncias terrivelmente levianas. Sofri e muito, arrancaram-me o mandato, levaram-me a mãe, dispersaram minha família“.(Collor, hoje).

“Nós sabemos que antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Poderiam ser ladrões, mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República”. (Lula sobre Sarney, em 1987, num discurso em Aracaju).

“O presidente Sarney não pode ser tratado como uma pessoa comum. Ele tem biografia”. (Lula, no mês passado).

“A multidão e a sua vontade nem sempre ou quase nunca tem razão”. (Collor, hoje).

O resgate desse punhado de frases ensina que não se deve comprar uma bicicleta usada de nenhum deles, mesmo por R$ 1,99. Mas comparar o que disseram outro dia ao que dizem agora também ajuda a seguir resistindo. Um país que sobreviveu a uma trinca dessas sobrevive a tudo.

Confraria-Lula,Collor,FHC,Sarney

lULA IMPLODE O PT

domingo, 23 de agosto de 2009

Genial - Frases da Seção Homem sem Visão da Coluna de Augusto Neves – Tevista Veja - Parte 1

“Vou fazer uma provocação aos que não gostam de mim. Me respondam. Faço questão que me respondam: o que qualquer outro presidente fez pela educação?”

Lula, depois do mais animado almoço da semana, informando no meio da Oração aos Moços do Rio Grande do Norte que todas as escolas que jamais frequentou foram construídas por ele..

“As palavras na vida política não têm o mesmo peso na vida privada”.

José Sarney, ao explicar por que os insultos que ouviu de Lula e Fernando Collor não impediram que os três ficassem tão amigos, autorizando qualquer vereador do Brasil a qualificá-lo de corrupto, batedor de carteira da História e maior ladrão da Nova República.

“Só hoje ele soube do parentesco com Maria do Carmo Macieira”.

Trecho da nota divulgada pela assessoria de José Sarney, explicando que o chefe nem imaginava que a moça nomeada por ato secreto, depois de indicada por ele para não trabalhar no gabinete do senador Mauro Fecury, ex-assessor do chefe, fosse casada com um Macieira sobrinho de sua mulher Marli Macieira, ou porque Macieira é um sobrenome muito comum no Maranhão ou porque é tanto parente nomeado que ninguém no mundo poderia lembrar quem é quem.

“Por que a imprensa não diz que o marido de Lina Vieira foi ministro do FHC?”

Ricardo Berzoini, presidente do PT, acusando a imprensa de não noticiar o que soube pela imprensa, e insinuando que foi Fernando Henrique Cardoso quem sugeriu ao marido de Lina Vieira que desse um jeito de infiltrar a mulher na Secretaria da Receita Federal, para que ela convencesse Dilma Rousseff a chamá-la para uma conversa na Casa Civil e pedir-lhe que ajudasse o filho de José Sarney.

“Ih, gente, não quero tratar desses assuntos, não. Há coisas mais importantes e bem mais urgentes”.

Marta Suplicy, de namorado novo, mostrando que não está interessada em falar de Dilma Rousseff, Aloízio Mercadante e demais irrelevâncias, e deixando claro que estava com muita pressa.

“Tirar Sarney da presidência do Senado não muda nada. Seria trocar Chico por Manoel, porque o problema não é Sarney. O problema são as práticas de 20 anos de irresponsabilidades que infelizmente perpassa até os dias de hoje”.

Ciro Gomes, já em campanha, oferecendo ao Brasil a chance de trocar um presidente que fala uma bobagem atrás da outra por outro que não fala coisa com coisa.

“A bolsa Louis Vuitton é cafona. Perdão se alguém não saiba da minha campanha contra ela e, eventualmente, esteja carregando uma aqui. Mas a bolsa Louis Vuitton é apenas uma bolsa. Só que ela é tão cara, exorbitantemente, que ela tem um sentido: destacar a senhora ou a moça que pode portá-la para fazer uma referência de êxodo social”.

Ciro Gomes, revelando na abertura do Congresso Médico do Piauí uma das prioridades do programa que vai defender como candidato a presidente da República.

“Dilma até pode não ter a simpatia de muitos grandes líderes do passado, como o Juscelino, que era um monumento de simpatia. Ela é simpática também, se relaciona bem com as pessoas, não como o Juscelino, que era transbordante de simpatia”.

Edison Lobão, no poema Petrobras é Brasil, conseguindo em dois versos comparar Dilma a um homem, contar que todo mundo no governo acha que Dilma sorri menos que José Sarney neste inverno, lembrar a José Sérgio Gabrielli a simpática bronca que levou de Dilma por telefone, promover JK a monumento transbordante mas só um pouco melhor que Dilma e confirmar que o ministro de Minas e Energia é uma genuína anta maranhense.

“O Hino Nacional traz não só noção de brasilidade, como elevação espiritual”.

Edison Lobão, que sempre se emociona quando canta o verso que fala da Mãe Gentil por pensar simultaneamente na Petrobras e na Fundação José Sarney.

“A Petrobras se agigantou não só pela força do Brasil em si mesma, mas também pela boa direção que ela sempre teve. O Gabrielli é um administrador que a cada minuto descobrimos uma característica nova no sentido da competência. Homem sério, correto, leal, veraz, e um servidor de grande capacidade de renovação. A sua capacidade parece que não se esgota. É como uma cachoeira que jorra plenamente. É como a fonte de um grande rio”.

Edison Lobão, passando da paixão pela Petrobras à proposta de casamento a José Sérgio Gabrielli, que dificilmente resistirà à tentação de desfrutar de uma lua-de-mel em cachoeiras que jorram plenamente e fontes de grandes rios.

“Meu apoio ao presidente Lula é uma questão de opção”.

Renan Calheiros, ainda em liberdade, sem revelar quantos reais correspondem hoje a uma opção no câmbio negro, nem quantas opções vai cobrar para renovar o aluguel.

“A Petrobras é um símbolo nacional que se confunde com a bandeira brasileira. Temos portanto o dever de não apenas amá-la, mas defendê-la. Defendê-la dos acidentes e de gestos de malquerença”.

Edison Lobão, ministro de Minas e Energia, começando um poema épico sobre a Petrobras que pode garantir-lhe uma vaga na Academia Maranhense de Letras e, se o padrinho José Sarney ajudar e as licitações do pré-sal forem suficientes para sossegar a fila de 312 candidatos do PMDB, a nomeação do filho senador para o comando daquela diretoria que fura poço.

“Tem gente que chegou na Presidência da República muito letrado, mas tão letrado que esqueceu que tem muita gente pobre neste país que por causa disso nunca estudou nem chegou numa Universidade”.

Lula, depois do almoço desta quinta-feira, explicando a estudantes do Rio Grande do Norte que nunca antes na História deste país houve um presidente tão ignorante quanto ele por culpa de Fernando Henrique.

“Devo isso ao presidente”.

Aloízio Mercadante, ao informar por que adiou o discurso em que jura que vai renunciar à liderança da bancada do PT, embora não tenha certeza, explicando que ficou ainda mais grato a Lula depois que o homem de quem mais gosta lhe deu a chance de render-se nove vezes em menos de um mês.

“A imprensa está enganando todo mundo”.

Wellington Salgado, o Rapunzel de Bordel, que nunca me enganou.

“A crise é alimentada pela disputa política relacionada às eleições de 2010. Oriento os senadores do PT que votem pela manutenção do arquivamento das representações como forma de repelir essa tática política da oposição, que deseja estabelecer um ambiente de conflito e confusão política”.

Ricardo Berzoini, presidente do PT, na nota oficial que recomenda à companheirada vender o voto, a alma e a mãe para garantir a governabilidade do país, a vitória de Dilma Rousseff em 2010 e a prosperidade de toda a turma da base alugada.

“Considero uma prática de jornalista da imprensa marrom publicar comentários ofensivos à minha pessoa escritos por leitores que deturpam o significado de palavras ditas por mim à senhora Lina Vieira. Eu apenas quis dizer que o Senado vem sendo prejudicado pela exposição exagerada no noticiário”.

Ideli Salvatti, em mensagem à coluna, queixando-se do que vocês andam dizendo da frase internada nesta terça-feira no Sanatório Geral: “Nós vivemos aqui no Senado, já faz tempo, o cotidiano da unha do pé da galinha virar canja”.

“A função de cassar mandatos devia ser reservada à Justiça, até porque quase sempre a isenção política não pode ser presente em questões que importam questões de Justiça”.

José Sarney, presidindo a sessão desta terça-feira, dizendo alguma coisa que parece muito importante, mas que a coluna só vai comentar depois de receber de volta, com legendas em português, a fita gravada enviada ao serviço de tradução de línguas estranhas da Organização das Nações Unidas.

“Nunca na minha vida cassei o mandato de ninguém. Acho que o Senado não é para isso, que a Câmara não é para isso, que o Parlamento não é para isso. Se for para cassar mandato, prefiro não ser senador”.

Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB, ao explicar na sessão desta terça-feira por que se opõe ao afastamento de José Sarney, esquecendo de avisar que, coerentemente, fez um acerto com Severino Cavalcanti para tentar reeleger-se em Pernambuco.

“O importante é que não houve pressão. É perfeitamente possível que a Lina esteja falando a verdade e a Dilma simplesmente não se lembre do encontro”.

Renato Casagrande (base alugada, guichê do Espírito Santo), permitindo ao país descobrir que ficou magoado com a perda da presidência do Conselho de Ética do Senado não por querer fazer um trabalho sério, mas por se achar melhor que Paulo Duque naquele tipo de serviço.

“Nós vivemos aqui no Senado, já faz tempo, o cotidiano da unha do pé da galinha virar canja”.

Ideli Salvatti, enquanto interrogava Lina Vieira, mostrando que uma senadora mantém a classe mesmo quando não sabe o que dizer.

“O Estado de S. Paulo transformou-se num jornal, que na verdade, passou a ser em vez de um jornal lido, respeitado, passou a ser um tablóide londrino daqueles que busca escândalo para vender. Minha impressão é de que vejo um velho de fraque e de brincos”.

José Sarney, decidido a mostrar que um imortal da Academia sabe espancar o idioma com a mesma ferocidade de um Lula, no trecho do improviso (reproduzido sem correções) que permitiu ao leitor Celso Arnaldo descobrir que os maranhenses idosos acham que fraque combina com brinco.

“Sabe Deus o que tenho sofrido”.

José Sarney, em discurso no Senado nesta segunda-feira, sem se dar conta de que, se Deus sabe de tudo, não tem a menor chance de aprovação no dia do Juízo Final.

“Sinceramente, acho que o país tem coisa mais séria para discutir. O Brasil tem conversas mais sérias que gostaria de fazer, tem coisas tão mais importantes que acho uma pobreza muito grande um assunto como esse estar na pauta da política brasileira”.

Lula, depois do almoço desta segunda-feira, ao comentar a última da Dilma, repetindo o mesmo falatório usado para absolver liminarmente José Sarney, José Dirceu, José Genoíno, Antonio Palocci, Luiz Gushiken, João Paulo Cunha, Mathilde Ribeiro, Benedita da Silva, Renan Calheiros, todos os mensaleiros, todos os sanguessugas, todos os aloprados, a quadrilha da farra aérea, a turma do cartão corporativo, o bando dos atos secretos  e demais companheiros criminosos.

“O governo Lula implementou uma política de reestruração e qualificação do serviço público brasileiro. No caráter geral, é extremamente correta e está obtendo resultados”.

Henrique Fontana, líder do governo na Câmara dos Deputados, feliz com o sucesso do programa político-assistencial Desemprego Zero para a Companheirada, criado para garantir vagas no serviço público a todo petista incompetente demais para encontrar trabalho em empresas privadas.

“O Lula fala pelo governo, eu falo pelo partido”.

Ricardo Berzoini, presidente nacional do PT, sem explicar que os dois sempre falam a mesma coisa, que o chefe decide sozinho o que vão falar e que quem fala pelo partido é sempre a segunda voz.

“O Brasil está seguindo rumo ao seu destino de grandeza. Nossas riquezas naturais, a beleza de nossa terra, a grandeza de nosso povo, a história feita a golpes de bravura e patriotismo, nada disso valeu ou valerá se não investirmos até o último centavo numa educação sólida” .

Delúbio Soares, em seu artigo semanal no Diário da Manhã, de Goiânia, esforçando-se para provar que no peito de um vigarista também bate um coração.

“A mídia insiste em forçar o governo a tomar posições que colocariam em risco a amizade entre o Brasil e a Venezuela. É inútil. Não vamos fazer o jogo da direita”.

Marco Aurélio Garcia, conselheiro de Lula para complicações cucarachas e embaixador de Hugo Chávez no Palácio do Planalto, mostrando com um sorriso que continua valendo a promessa de só procurar um dentista quando a Guerra Fria for encerrada pela vitória da União Soviética sobre o imperialismo ianque.

“A Dilma sofreu essa ligeira queda nas pesquisas porque faltou exposição”

Ricardo Berzoini, presidente do PT, obrigando o Brasil a perguntar o que espera Tony Ramos, exposto há 30 anos na mais apreciada vitrine do país, para eleger-se presidente da República sem sequer fazer campanha.

“Meu esforço é para construir uma convicção única na bancada. Vamos aguardar. A montanha não se move”.

Aloízio Mercadante, Homem sem Visão de Julho, explicando que primeiro quer convencer os senadores do PT de que José Sarney não deve nem continuar na presidência nem deixar a presidência para, em seguida, render-se a qualquer decisão tomada por Lula.

O presidente da República ao invés de fazer açude, ao invés de fazer cacimba, ao invés de fazer poço artesiano ou fazer irrigação no Nordeste, vai gastar 2 bilhões e meio de dólares pra construir uma ferrovia, Norte-Sul, ligando a casa dele no Maranhão até a casa dele em Brasília.

Deputado Luiz Inácio Lula da Silva, 6 de setembro de 1987, Aracaju.

A Ferrovia Norte-Sul não pode ficar com as obras paradas porque o TCU suspeita de uma irregularidade aqui, porque o Ibama não gosta de outra coisa ali. É burocracia demais.
“É essa consciência da tranquilidade que me dá forças. Se não fiz qualquer coisa de errada ao longo de minha vida pública, não esperaria 55 anos para fazer agora. Nunca me meti em qualquer coisa errada”.

José Sarney, que escapou do naufrágio porque a turma toda sentiu a água batendo na  cintura, autorizando Renan Calheiros a solicitar ao Vaticano a canonização do pecador convertido em beato maranhense.

“Se o presidente Lula decidir por uma linha política, nós vamos atendê-la, e certamente será o melhor para a Infraero.”

Murilo Marques Barboza, novo presidente da Infraero, deixando claro que vai desempenhar com muita valentia e determinação o papel de subalterno.

“Esses debates em baixo nível empobrecem o Senado”.

Lula, nesta quinta-feira, em entrevista a emissoras de rádio de Goiás, fazendo de conta que não é o patrocinador e patrono do curso de cangaço moderno aberto no Senado pelos companheiros Renan Calheiros e Fernando Collor.

“A América Latina do século 21 não tem espaço para um país que não aceite a democracia”.

Celso Amorim, Homem sem Visão de Abril, mirando em Honduras, atingindo a Venezuela pelas costas e acertando Cuba na testa.

“Um violador da Constituição pode violar seu lar, sua casa, sua família, suas filhas e sua mulher”.

Manuel Zelaya, deposto da Presidência da República por tentar violar a Constituição para continuar no poder, revelando hoje em Brasília o que aconteceria aos lares, casas, famílias, filhas e mulheres dos hondurenhos se tivesse consumado a manobra golpista.

“O mandato da senadora Marina Silva pertence ao PT, não a ela”.

José Dirceu, facilitador de negócios à espera de julgamento no STF, querendo furtar da quase candidata do PV à Presidência o mandato que ele próprio perdeu porque até um plenário que absolve qualquer delinquente achou demais livrar do castigo alguém como José Dirceu.

“O sentimento da bancada é contrário à tese do arquivamento sumário das denúncias e representações. Mas vamos dar argumentos consistentes para o posicionamento da bancada”.

Aloízio Mercadante, o Herói da Rendição, decidido a liquidar qualquer chance de se reeleger em 2010, agora explicando que não quer que José Sarney seja absolvido, mas também não quer que José Sarney seja condenado.

“Lina Vieira não virá”.

Romero Jucá, relator da CPI da Petrobras, assustado com a possível convocação da ex-secretária da Receita Federal que tem muito a dizer sobre truques contábeis da estatal, doações à famiglia Sarney e interferências indevidas da ministra Dilma Rousseff.

“Pode escrever uma matéria assim embaixo: ‘Erramos’”.

Lula, ao absolver Dilma Rousseff de todas as denúncias passadas, presentes e futuras, revelando que, para quem acha leitura pior que exercício em esteira, existe matéria jornalística com uma palavra só.

“Vamos convocar o Obama para explicar a questão das bases militares na Colômbia”.

Lula, em Quito, mostrando que a ignorância no poder fala grosso até com o poder americano.

“Quem construiu essa fantasia, essa história, em algum momento, vai ter que dizer que foi um ledo engano”.

Lula, que não precisou ouvir ninguém, nem a mãe do PAC, para descobrir que foi inventada por Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, a conversa em que Dilma Rousseff lhe pediu que “agilizasse a fiscalização do filho do Sarney”.

“Aqueles que têm problemas com o verbo ‘engolir’ sofrem de regressão e não conseguiram passar da primeira infância, na fase oral”.

Fernando Collor, no discurso de hoje no Senado, insultando quem tem mais de dois neurônios  ao tentar explicar o insulto endereçado a Pedro Simon.

“Continuo a sentir um certo desconforto com a presença de bases americanas tão perto da Amazônia brasileira”.

Marco Aurélio Garcia, ainda com o coração partido pela queda do Muro de Berlim, informando por exclusão que se sente bastante confortável com a presença dos companheiros das FARC na mesma região.

“Atender o pedido de emprego de uma neta não é crime previsto no Código Penal de nenhum país regulado por leis e não por ressentimentos”.

Carlos Heitor Cony,  herói da resistência condecorado pela Comissão de Anistia com mais de R$ 1 milhão, fora a mesada, fingindo não saber que usar um ato secreto para transformar em funcionário público o namorado da neta é delinquência da boa, que configura quebra do decoro em qualquer Senado que seja comandado por gente honesta e não por uma quadrilha.

“O Senado está fazendo inveja a Vincent Price, Bela Lugosi e Boris Karloff. Lamentável”.

Delcídio Amaral, aquele que empregou uma sobrinha do presidente José Sarney no escritório em Campo Grande, na mensagem pelo twitter em que menciona velhos astros do cinema de terror para fazer de conta que não figura no elenco do filme de terror como representante do PT a serviço do homem incomum.

“Continuo achando que querem demonizar o presidente Sarney”.

Dilma Rousseff, repetindo a frase que decorou para julho, talvez por ter achado muito longa a frase que precisa decorar para usar em agosto.

“Agora vai ser a tropa de choque contra a tropa do cheque!”.

Renan Calheiros, durante o jantar em que a turma comemorou o bate-boca com Tasso Jereissati, ameaçando a mesa com a ideia de dividir a base alugada entre os que recebem em cargos e os que recebem em espécie.

“Conversei com o Sarney sobre a tentativa de derrubá-lo da presidência do Senado e desestabilizar o governo  e a aliança do PT com o PMDB. Foi um encontro entre amigos”.

José Dirceu, que aguarda julgamento no Supremo também por formação de quadrilha ou bando, reforçando a suspeita de que reincidentes sexagenários não têm cura.

“Foi a sessão mais deplorável a que já assisti no Senado. Não queria ver minha foto naquela moldura”.

Aloízio Mercadante, Herói da Rendição e HSV de Julho, disposto a fazer tudo o que for necessário para não ter a menor chance de se eleger vereador na próxima eleição, explicando por que ficou escondido no gabinete durante a sessão de quarta-feira.

“Se eu deixar a Presidência e tiver que viver de palestra, os sindicatos vão pedir até que eu pague passagem. Tem gente que diz que ganha duzentos mil dólar. Se eu ganhar uns dois mil conto já tá bom”.

Lula, depois do almoço desta sexta-feira.

“Não acho que tenha sido censura. Na verdade, o que está sendo obstado ali seria, segundo o despacho, a divulgação de fatos que podem ser inverídicos”.

Tarso Genro, que discursa sobre tudo até em festa de batizado, justificando a censura ao Estadão com a suspeita de que a Polícia Federal, subordinada ao ministério que chefia, pode ter inventado as conversas que gravou.

“Esse Rodrigo Cruz eu não conheço mesmo”.

José Sarney, pronto para jurar que não conhece nenhuma Marli Sarney, explicando que disse  que nunca ouviu falar em Rodrigo Cruz porque pensou que o Rodrigo Cruz da representação do PSOL fosse um Rodrigo Cruz contratado por Roseana Sarney, não o Rodrigo Cruz de quem foi padrinho de casamento.

“O presidente Lula entende que a Colômbia deve  combater o tráfico sem ingerências externas”.

Celso Amorim, alferes da revolução boliviariana, esquecendo de estender o conceito aos nartraficantes das FARC, financiados pelo companheiro Hugo Chávez, ingerência externa da qual o Brasil jamais se queixou.

“Não me parece que perto da fronteira da Amazônia brasileira, que muitas vezes é objeto da cobiça internacional, seja positivo o estabelecimento de bases americanas em território colombiano”.

Marco Aurélio Garcia, com a farda de sargento da Guerra Fria, depois de avisar que não faria declarações sobre a ajuda militar da Venezuela às FARC  “porque isso é assunto interno de outros países”.

“Se acabou a liberdade de imprensa, deve ter sido depois que eu saí.  O que ouvi em programas de TV sendo dito sobre o presidente da Venezuela não está no gibi”.

Marco Aurélio Garcia, garoto-propaganda do programa VEJA NO QUE DÁ NÃO IR AO DENTISTA, de volta do encontro com o patrão Hugo Chávez, falando como stalinista, pensando como stalinista, agindo como stalinista, mas jurando que não é stalinista porque a única vaga reservada ao Brasil está ocupada por Oscar Niemeyer.

“É claro que não existe um pedido de uma neta, se pudermos ajudar legalmente, qualquer um de nós deixa de ajudar”.

José Sarney, embaralhando palavras, tropeçando em vírgulas e confundindo a arquibancada como acontece com qualquer avô emocionado, ao descrever o que sentiu quando soube dos tormentos que afligiam a jovem Bia e seu namorado ocioso.

“Há 55 anos no Congresso, nunca adotei a norma de chamar parentes para a minha assessoria”.

José Sarney, deixando muito claro que os parentes à procura de emprego devem dirigir-se aos guichês da filha Roseana, do compadre Epitácio, do amigo Delcídio ou, em situações de emergência, de qualquer senador.

“Dessas diretorias, eu criei 23 novas diretorias na minha gestão de 95 a 96, para atender aos novos serviços que aqui servem aos senadores”.

José Sarney, explicando a explicação e respondendo a resposta, para deixar claro que nunca exagerou na gastança.

“Precisamos resolver isto logo. Estamos tratando de coisas que envolvem um homem que pode assumir a Presidência da República”.

Wellington Salgado, suplente doado ao Senado pelo titular Hélio Costa, lembrando no “Conselho de Ética” que Lula não para de viajar, José Alencar luta contra o câncer, Michel Temer deixará o cargo para disputar a eleição e José Sarney precisa ser deixado em sossego para cuidar do Brasil.

“Renuncie, senador José Sarney. Case-se com a sua biografia”.

Arthur Virgílio, aparentemente sem notar que, como mostrou a entrada em ação dos jagunços alagoanos, o donatário da capitania do Maranhão está em plena lua-de-mel com a sua biografia.

“Eu não matei, não furtei, não cometi nenhum ilícito”.

José Sarney, em conversa com o senador José Agripino, colocando a primeira vírgula onde deveria haver um ponto final.

“Esta crise é uma cortina de fumaça, uma ótica diferente. O que está em jogo são as eleições de 2010. Não é uma ilusão de ótica, é uma ilusão de ética que alguns fariseus tentam passar para o país”.

Renan Calheiros, ainda em liberdade, expressando-se com a clareza de quem acabou de almoçar com o presidente.

“Na presidência do Conselho de Ética do Senado, vou tomar decisões de acordo com os meus princípios éticos”.

Paulo Duque, como se os tivesse.

“Os cargos públicos são apenas consequência de ideais convergentes”.

Michel Temer, presidente do PMDB, em carta enviada a VEJA, explicando que foi por motivos patrióticos que o presidente Lula doou milhares de cargos federais ao maior partido da base alugada.

“Eu digo sempre que, se colocar numa balança as coisas boas e as coisas más que foram feitas pelo Congresso, as coisas boas são infinitamente superiores, mas muitas vezes as coisas boas não têm o destaque que a gente gostaria que tivesse”.

Lula, depois do almoço desta segunda-feira, que, pelo palavrório reproduzido acima, foi especialmente animado.

“As palavras são a mim e minhas relações políticas que eu não aceito. São palavras que quero que o senhor as engula e as digira como julgar conveniente”.

Fernando Collor, sempre fidalgo, tentando dizer que o senador Pedro Simon não tem o direito de intrometer-se na bonita amizade que mantém com Renan Calheiros.

“Eu respondi a processos por questões de foro íntimo”.

Renan Calheiros, na discussão com Pedro Simon, fazendo de conta que, além da história em contracenou com Mônica Veloso e um lobista, não fez nada que mereça cadeia.

“Pelo amor de Deus! Eles são donos de metade da usina e metade da água! Eu não posso querer ficar com toda a energia!”.

Celso Amorim, na entrevista a Eliane Cantanhêde, à beira de um ataque de nervos com a ideia de ofender o Paraguai com o cumprimento do Tratado de Itaipu.

“O que ocorreu é que, até que enfim, pelo menos um juiz teve coragem de aplicar a lei”.

José Dirceu, defendendo o desembargador que censurou o Estadão, esquecido de que, se os ministros do STF tiverem coragem de aplicar a lei, vai acabar na cadeia assim que seja julgado o caso do mensalão.

“Eu posso democraticamente arquivá-las, mas não sei o que vou fazer. Vai depender das circunstâncias”.

Paulo Duque, presidente do Conselho de Ética do Senado, revelando que não pode prometer desde já arquivar as denúncias contra José Sarney porque as circunstâncias ainda não chegaram à quantia que pediu.

“Os senadores precisam de apoio para trabalhar. Se o povo o escolheu, tem que cuidar da família do senador também”.

Elias Lyra Brandão, coordenador de Administração das Residências Oficiais, dispensando-se de lembrar que, no  Senado, famiglia inclui amigos, conhecidos, vizinhos da casa ao lado, colegas de colégio e faculdade, cabos eleitorais com mais de 5 anos de serviço, a nora oficiosa, o namorado da neta, o motorista do neto vadio, o mordomo da filha, namoradas da adolescência e seus descendentes, afilhados, compadres,o alfaiate que faz os jaquetões do patriarca e todos os maranhenses que se chamem Ribamar, fora o resto.

“A chapa para o Senado não foi escolhida por mim, mas pelo PMDB estadual”.

Sérgio Cabral, titular da vaga de senador hoje ocupada pelo suplente do suplente Paulo Duque, com cara de que não tem nada com isso, oferecendo ao eleitorado mais um motivo para dispensá-lo do emprego de governador em 2010 e permitir que se dedique sem  intervalos à conquista do título de campeão mundial de milhagem na rota Rio-qualquer país-Rio.

“Nós temos problemas em vários Estados para compor com o PMDB. É como um problema de saúde. A melhor forma é começar o tratamento assim que se descobre a doença. Se demorar mais tempo, não tem mais jeito”.

Romênio Pereira, secretário nacional de Assuntos Institucionais do PT, sem informar quantos psiquiatras o partido vai contratar.

“Estas emissoras estão trabalhando ilegalmente. Vamos recuperar as frequências para colocá-las a serviço do país, a serviço do povo , não a serviço da burguesia”.

Hugo Chávez, presidente do país que, segundo Lula, “tem democracia até demais”, e talvez por isso queira exportar o que sobra para Honduras, avisando que a expropriação de 30 emissoras de rádio venezuelanas é só o começo,

“Não vou esculhambar o Sarney. Sou muito amigo dele. Tenho que tomar muito cuidado para não magoá-lo, nem à dona Marli, nem à filha dele”.

Ziraldo, presenteado pela Comissão de Anistia com uma indenização de R$ 1,2 milhão, mais a mesada de Herói da Resistência, apresentando ao mundo, na festa de lançamento do seu blog, uma raridade que, como a jabuticaba, só dá no Brasil: o cartunista  a favor.

“Em caso de descumprimento da decisão, será aplicada  multa de R$ 150 mil a cada ato de violação do presente comando judicial”.

Dácio Vieira, desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios,  num trecho do texto que, ao proibir a divulgação das bandalheiras em que se envolveu a família Sarney, coloca sob censura o Estadão, atropela a norma constitucional que garante a liberdade de imprensa e confirma que devem ser investigadas com urgência as relações promíscuas entre o presidente do Senado e cardeais do Poder Judiciário.

“Somente uma pessoa ignorante ou uma pessoa de má-fé ou uma pessoa que não conhece o povo brasileiro será capaz de dizer que uma pessoa que recebe o Bolsa Família vai ficar vagabundo e não quer mais trabalhar. É não conhecer a sociedade brasileira”.

Lula, depois do almoço da sexta-feira, fechando a semana em que, além do Bolsa-Família, falou sobre José Sarney, crise no Senado, crise econômica mundial, Honduras, bases americanas na Colômbia, Alvaro Uribe, Barack Obama, desemprego, indústria automobilística, povo brasileiro, terceiro mandato, eleição para o governo de São Paulo, sucessão presidencial, comportamento do empresariado, comportamento de Aloízio Mercadante, campeonato brasileiro de futebol e exportação de jogadores corintianos, fora o resto.