terça-feira, 4 de agosto de 2009

A CAMINHO DOS 99,9999995%

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Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados, a seu tempo,como UM
DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre
outras honrarias que recebeu daquela instituição.

Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor
Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS.

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A CAMINHO DOS 99,9999995%

( Gilberto Geraldo Garbi )

Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas
pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de
popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo "nunca
antes visto nesse país e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar
das próximas consultas populares.

Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria
Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de
aprovação.

Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o
psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e
para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me
interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores:
aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em
Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos
plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO,
Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo...
Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer, para
empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas.. E
faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção
e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em
torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores
que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição...

Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu
hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de
99,9999995% você não passa.

Como você não é muito chegado a Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares
dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos
partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico
melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu.
Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja,
0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes
99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas
meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em
outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios
nos aterros sanitários da política brasileira,não há, repito, força capaz de
mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que
tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida.

E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: convenci-me de que na
raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos
que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o
trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para
proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os
cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos
públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja
vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre
os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o
Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como
agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados
que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por
receber de volta
algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos
tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante
de infâmias.

Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha
convicção de que este País só deixará de ser o que é uma terra onde as
riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada
pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados
eternamente impunes quando a mentalidade da população e de seus
representantes for profundamente mudada.

Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela
recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes.

E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa
mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer
com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral,se você a
tivesse.

Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral,esta
sim, nunca antes vista nesse País.

Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas
e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.

Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e
de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em
princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for
necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?

Eu não o considero inteligente, no sentido estrito da palavra, porque uma
pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou,
partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e
sua malta alegremente circulam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de
vaidade e auto idolatria.

Mas reconheço em você uma esperteza excepcional: nunca antes nesse País um
presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores
qualidades da massa brasileira e de seus representantes.

Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a
lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwin encontrou
quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: "Aqui todos
são subornáveis".

Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico
instrumento de poder, tornando-a generalizada e fazendo-a permear até os
últimos níveis da Administração.

Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os
funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem
temores, plena vazão a seus instintos.

Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com
a massa.

Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política
econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente
e que fez a economia brasileira prosperar.

Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão

Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho

Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar
contas

Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em
flagrante

Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob
medida para agradá-las

Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.

Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o
trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de
Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar,
acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos
que tanta falta fazem aos hospitais.

Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as
leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de
Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas.

Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais
gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem
sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós.

Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado
um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em
segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações,
recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas.

Lula, você não tem nem nunca teve ideais, apenas ambições.

Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as
suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas,
sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter
seu ego adulado.

Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça
manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba
alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu
asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à
escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava
no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários
públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de
quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as
despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os
investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito
e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí... Justiça, ora a
Justiça, é o que você pensa...

Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes
contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das
desavenças que fomenta.

Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque
conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além
disso,melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é
mesmo?

E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente
detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas,mesmo
que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam
burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se
delas.

A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas
publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas.

O que houve entre o BNDES e as redes de televisão?

O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos?

Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a
com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as
opções: "O plata, o plomo". Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala
bem o Espanhol.

Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que
não o bajulem.

Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é
maravilhoso, como explicar tamanha popularidade?

É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos
sociais,funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro,
bolsas,cotas, cargos e medidas demagógicas.

Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu
governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em
consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado
anteriormente, mas que caiu em seu colo.

Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece
estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a
relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças
que marcam seu governo em troca do prato de
lentilhas da melhoria econômica.

É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na
França, "l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont
rien".

Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta. Ela adora Paris e a
gente sustentou seu gigolô franco-argentino por um bom tempo...

Gilberto Geraldo Garbi

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