domingo, 6 de setembro de 2009

Mundo ainda terá que injetar "dois Brasis"

deu na folha de s.paulo
Mundo ainda terá que injetar "dois Brasis"

Soma de US$ 2,5 tri equivale ao que se estima que ainda será preciso gastar para conter a crise; G20 afasta discutir "saídas"

Autoridades econômicas do G20 concordam em manter medidas de estímulo fiscal, mas não chegam a acordo sobre questão climática

De Clóvis Rossi:

O mundo ainda gastará o equivalente a duas vezes o tamanho da economia brasileira até 2010, para consolidar a incipiente recuperação econômica.

Esse cálculo surge inescapavelmente de dois fatos, ambos ocorridos ontem na reunião de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do G20, o clube das 20 maiores economias do mundo.

Primeiro, os ministros concordaram, como era esperado, em "continuar a implementar decididamente nossas necessárias medidas de suporte financeiro e as políticas expansionistas monetária e fiscal, consistentes com a estabilidade de preços e a sustentabilidade fiscal de longo prazo, até que a recuperação esteja assegurada".

Segundo dado: o primeiro-ministro britânico Gordon Brown, no discurso inaugural, afirmou que "mais da metade dos US$ 5 trilhões de expansão fiscal comprometidos estão ainda por gastar". Mais da metade de US$ 5 trilhões dá, grosso modo, duas vezes o PIB do Brasil (Produto Interno Bruto, medida de sua economia).

A reunião de Londres afastou assim qualquer hipótese de se começar a pensar no que o jargão batizou de "estratégias de saída", ou seja, a desmontagem dos pacotes de subsídios, corte de impostos e redução de juros que compõem os US$ 5 trilhões que o mundo se comprometeu a investir para tentar evitar o colapso que se desenhava no fim do ano passado.

O último prego no caixão das "estratégias de saída" foi cravado pelo responsável pelo Tesouro britânico, Alistair Darling, que lembrou a seus pares que, na grande crise de 1929, os incentivos foram prematuramente retirados, do que resultou uma nova crise, poucos anos depois (mais exatamente em 1937). Assinante do jornal leia mais em: Mundo ainda terá que injetar "dois Brasis"

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