sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Consórcios que disputam o trem-bala já negociam, nos bastidores, ajuda generosa à campanha eleitoral de 2010

Edição do Alerta Total - www.alertatotal.net
Leia também o Fique Alerta – www.fiquealerta.net (Atualizado nesta sexta-feira)

Por Jorge Serrão

image

A disputa presidencial de 2010 nem bem entrou nos trilhos ainda, mas já tem tudo para contar, por debaixo da gare, com um vultoso financiamento de campanha, graças a mais um meganegócio custeado com dinheiro vindo do poder público. Tal “ajuda” generosa para a campanha política viria do vencedor da licitação para o ainda polêmico trem-bala Rio-São Paulo-Campinas. As negociações já ocorrem no submundo das negociatas. Eis mais um "financiamento público" de campanha em gestação.
O vencedor da licitação – e quase certo provedor eleitoral ano que vem – será conhecido em leilão na BM&FBovespa, previsto inicialmente para janeiro de 2010. O consórcio que oferecer o maior valor de capital próprio para aplicar no projeto de R$ 34,626 bilhões terá uma vantagem financeira logo de cara. O BNDES vai financiar 20,9 bilhões de reais, com um prazo de 30 anos paga pagamento. Pelo menos foi o que o presidente Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo, divulgou ontem na modelagem financeira do projeto.
Ou seja, 70% do projeto serão financiados com dinheiro público e os 30% restantes deverão sair de empresas privadas. Além do valor financiado pelo BNDES, caberá também à União investir cerca de 2,3 bilhões de reais nas atividades de desapropriação e reassentamento nas áreas do traçado da linha. O governo também vai injetar 1,1 bilhão no capital da companhia que obtiver a concessão.
Para isso, o chefão Stalinácio pretende enviar ao Congresso um projeto de lei que autoriza a criação de uma nova estatal, a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S/A (ETAV). O modelo de capimunismo no trilho ainda vai gerar empregos estratégicos para a companheirada. Os estudos técnicos, o edital de licitação e o contrato devem ser colocados em consulta pública ainda este mês – para alegria geral de quem faz a farra com dinheiro público em nosso modelo socialista-moreno-tupiniquim.

A quem interessa?

O trem bala capimunista atrai grandes transnacionais.
O favorito para a disputa é o consórcio inglês Hal Crow, que atua com as brasileiras Sinergia e Balman.
A Trends, Siemens e Alstom correm por fora.
Empresas espanholas também estão interessadas no processo de licitação para o projeto do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Quem paga?

A tarifa seria de R$ 200 na classe econômica em horários de pico para ligar São Paulo e Rio de Janeiro.
Fora dos horários mais disputados, o preço cairia para R$ 150,00.
O tempo de viagem do trem-bala é estimado em cerca de uma hora e meia para o trecho Rio (Barão de Mauá)-São Paulo (Campo de Marte) e duas horas e meia para o trecho Rio (Barão de Mauá)-Campinas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário